Os ETFs Associados ao Bitcoin e seu Ecossistema

Produzido dia 10 de janeiro de 2025

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No texto de hoje, vamos nos aprofundar sobre os novos ETFs relacionados ao Bitcoin e seu ecossistema que foram propostos nas últimas semanas, fazer uma breve síntese do ano de 2024 para os ETFs de Bitcoin e também fazer um breve comparativo entre os ETFs de ouro e de Bitcoin. Entretanto, inicialmente é importante explicar também porque o tema “ETF” é tão importante.

Os ETFs e a estrutura do mercado de capitais atual

A revolução dos ETFs transformou fundamentalmente o mercado financeiro americano. Desde o lançamento do SPY (ETF que replica o desempenho do índice S&P 500) em 1993, os ETFs não apenas democratizaram o acesso a investimentos, mas também forçaram toda a indústria a se tornar mais eficiente e transparente. O crescimento exponencial dos últimos 30 anos demonstra como uma inovação financeira pode remodelar completamente a maneira como investimos.

O mercado de ações dos Estados Unidos, atualmente avaliado em aproximadamente $46 trilhões, apresenta uma divisão interessante entre estratégias de gestão ativa e passiva. A gestão passiva representa cerca de $14 trilhões (30% do total), divididos entre ETFs ($8.5 trilhões) e fundos indexados ($5.5 trilhões), enquanto a gestão ativa ainda domina o mercado com $32 trilhões, ou 70% do total.

A penetração da gestão passiva varia significativamente dependendo do tipo de investidor. Os fundos mútuos de varejo lideram a adoção com aproximadamente 45% em estratégias passivas, seguidos pelos fundos de pensão com 40%. Investidores institucionais mantêm cerca de 35% em gestão passiva, enquanto os family offices são os mais conservadores nesta transição, com apenas 25% de seus portfólios em estratégias passivas.

As projeções para o futuro indicam um crescimento contínuo da gestão passiva, especialmente através dos ETFs. Espera-se que os ETFs atinjam $11 trilhões em ativos sob gestão até 2025 e $15 trilhões até 2030. Este crescimento deve contribuir para que a gestão passiva como um todo alcance 40% do mercado até 2030, representando uma mudança significativa na forma como o capital é alocado no mercado americano.

A crescente popularidade dos ETFs e fundos indexados tem um efeito significativo na dinâmica de preços das ações e ativos que os compõem, especialmente daqueles que compõem os principais índices. Quando um investidor compra um ETF como o SPY, por exemplo, o fundo precisa comprar automaticamente todas as 500 ações do S&P 500 na mesma proporção do índice. Isso cria um fluxo constante e previsível de capital para estas empresas, independente de suas métricas fundamentalistas ou desempenho individual.

Este mecanismo cria uma espécie de "demanda estrutural" por ações que fazem parte dos principais índices. Por exemplo, quando uma empresa entra no S&P 500, ela automaticamente recebe fluxos de compra de todos os fundos e ETFs que seguem este índice. Da mesma forma, empresas que são removidas do índice enfrentam pressão vendedora automática. Esta dinâmica pode criar distorções de preço, onde ações dentro dos índices principais são beneficiadas por fluxos passivos constantes, enquanto ações fora dos índices podem ter mais dificuldade para atrair capital.

O crescimento da gestão passiva também significa que uma parcela cada vez maior do mercado está efetivamente "presa" a estas alocações automáticas. Alguns críticos argumentam que isto pode aumentar o risco sistêmico do mercado, pois reduz o papel da análise fundamentalista na formação de preços e pode criar bolhas em ações que compõem os índices principais. Por outro lado, defensores argumentam que a gestão passiva torna o mercado mais eficiente ao reduzir custos e eliminar o viés do gestor ativo.

Um aspecto particularmente interessante é como os ETFs evoluíram de simples veículos de indexação para instrumentos sofisticados que permitem exposição a praticamente qualquer estratégia ou classe de ativo. Esta evolução continua com o recente lançamento dos ETFs de Bitcoin, que marca mais um capítulo importante nesta história de democratização dos investimentos.

Novos ETFs relacionados ao Bitcoin

Nesta seção, vamos nos aprofundar em novas propostas de ETFs associados ao Bitcoin e seu ecossistema que surgiram no último mês. É importante ressaltar que todos estes ETFs inovadores - sejam os que denominam ativos em Bitcoin, os focados em empresas que adotaram o "padrão Bitcoin", ou os baseados em títulos de dívida relacionados a Bitcoin - ainda estão em fase de prospecto.

Por enquanto, são apenas propostas submetidas à SEC (Securities and Exchange Commission, a CVM americana) aguardando aprovação. A implementação destes produtos financeiros dependerá de uma análise detalhada do regulador americano e só após a aprovação da SEC é que poderemos ver como estes produtos funcionarão na prática e qual será sua real aceitação pelo mercado.

ETFs de Bitcoin Bonds

Recentemente, dois ETFs distintos relacionados a dívidas emitidas para a compra foram propostos, um pela REX e outro pela Strive.

Os ETFs da REX e da Strive, embora ambos focados em títulos de dívida relacionados ao Bitcoin, têm abordagens distintas:

A REX propõe um ETF focado especificamente em títulos conversíveis (convertible bonds) de empresas que já mantêm Bitcoin em tesouraria. O fundo será gerido ativamente, com pelo menos 80% dos ativos alocados nestes títulos, priorizando emissores que já são players significativos no mercado de títulos conversíveis.

Já a Strive, empresa cujo cofundador é o Vivek Ramaswamy, que liderará o departamento de eficiência governamental do governo Trump em parceria com Elon Musk, propõe um ETF mais abrangente, focado em qualquer tipo de "Bitcoin bonds" - títulos de dívida emitidos por empresas especificamente para comprar Bitcoin. Este faz parte de uma estratégia mais ampla da gestora de democratizar o acesso ao ecossistema Bitcoin e oferecer proteção contra riscos sistêmicos do mercado tradicional.

A principal diferença está no escopo: enquanto a REX tem um foco específico em títulos conversíveis com gestão ativa, a Strive busca uma exposição mais ampla a qualquer título de dívida relacionado a Bitcoin.

Através destes ETFs, investidores poderiam obter exposição ao Bitcoin de uma maneira mais conservadora do que a compra direta, pois teriam a segurança adicional de um título de dívida corporativa, que inclui pagamentos de juros regulares e a promessa de devolução do principal, enquanto ainda mantêm exposição à potencial valorização do Bitcoin.

ETF de empresas que detém Bitcoin

O novo ETF proposto pela Bitwise, chamado Bitcoin Standard Corporations ETF, representa uma abordagem de investimento indireto em Bitcoin através de empresas que já adotaram a criptomoeda como reserva corporativa. O fundo se concentrará especificamente em companhias que mantêm pelo menos 1.000 BTCs em seu tesouro corporativo, um critério que a Bitwise define como ter adotado o "padrão Bitcoin". Esta estratégia oferece aos investidores uma forma regulada de ganhar exposição ao Bitcoin através do mercado de ações tradicional.

De acordo com o site bitcointreasuries atualmente existem 21 empresas que possuem mais de 1.000 BTCs em suas reservas corporativas, com destaque para a MicroStrategy que detém atualmente 447.470 BTCs.
bd186614-77c6-4bea-a8e7-cabab91eb70b_1412x557.png Imagem 1. Lista mostrando as empresas que detém mais de 1.000 BTCs em suas reservas corporativas (Fonte: Bitcoin Treasuries / https://bitcointreasuries.net/)
Este ETF é particularmente interessante porque captura uma tendência crescente no mercado corporativo: empresas que estão usando Bitcoin como reserva de valor em seus balanços. Ao investir em empresas que detêm quantidades significativas de Bitcoin, o ETF oferece uma exposição dupla - tanto ao desempenho operacional das empresas quanto à valorização do Bitcoin. Isso pode criar um efeito multiplicador interessante, onde o valor das ações dessas empresas pode se beneficiar tanto de seus resultados operacionais quanto da apreciação de suas reservas em Bitcoin.

A proposta da Bitwise também representa um marco importante na institucionalização do Bitcoin, pois reconhece e capitaliza sobre um novo tipo de empresa: aquelas que adotaram o Bitcoin como parte fundamental de sua estratégia financeira. Este movimento pode incentivar mais empresas a considerarem manter Bitcoin em seus balanços, já que estar no índice deste ETF poderia trazer maior visibilidade e liquidez para suas ações. Além disso, o ETF oferece aos investidores institucionais uma maneira mais familiar e regulamentada de obter exposição ao mercado de Bitcoin, sem precisar lidar diretamente com a custódia de criptomoedas.

ETFs de hedge cambial com Bitcoin e ativos tradicionais

A ProShares propos 3 ETFs distintos que representam uma inovação interessante na interseção entre o mercado tradicional e o Bitcoin. Em sua estrutura, o fundo combina duas estratégias simultâneas: investe em ativos tradicionais (como ações do S&P 500, Nasdaq-100 ou ouro, dependendo do ETF) enquanto mantém uma posição vendida em dólar e comprada em Bitcoin através de futuros.

Os ETFs não investirão diretamente em Bitcoin. Em vez disso, eles utilizarão vários instrumentos financeiros para criar duas posições principais:

Uma posição comprada no ativo subjacente. Ou seja, o ETF do S&P 500 hedgeado em Bitcoin manteria uma posição comprada nas ações incluídas no Índice S&P 500, o ETF do Nasdaq-100 hedgeado em Bitcoin manteria manteria posição comprada em ações do índice Nasdaq-100 e o ETF de ouro hedgeado em Bitcoin manteria uma posição comprada em ouro.

Uma posição vendida em dólar americano/comprada em Bitcoin. Os ETFs usariam contratos futuros de Bitcoin para estabelecer essa posição, visando proteção contra flutuações entre o dólar americano e o Bitcoin. Essa abordagem pretende imitar um retorno denominado em Bitcoin ao compensar a exposição ao dólar americano da posição comprada no ativo subjacente.

O prospecto da ProShares alerta que não há garantia de que o desempenho dos ETFs corresponderá perfeitamente ao desempenho de um investimento direto em Bitcoin pois eventualmente podem existir diferenças de preço entre contratos futuros de Bitcoin e Bitcoin à vista e devido aos custos de transação associados à gestão da carteira do ETF.

Esta é uma solução sofisticada que permite que investidores que enxergam o Bitcoin como reserva de valor mantenham exposição a ativos tradicionais sem precisar converter seus BTCs para dólar. Esses ETFs demonstram como o Bitcoin está se integrando cada vez mais profundamente ao sistema financeiro tradicional.

Vale notar que este tipo de produto é bastante sofisticado e provavelmente não é adequado para investidores de varejo comuns ou aqueles que estão apenas começando no mercado cripto. É um produto que faz mais sentido para quem já tem uma tese de investimento bem formada sobre o papel do Bitcoin no sistema financeiro global.

ETFs de Bitcoin em 2024

Nesta seção, faremos uma breve síntese do primeiro ano de negociação dos ETFs de Bitcoin no mercado americano.

O lançamento dos ETFs de Bitcoin spot em janeiro de 2024 representou um marco histórico para o mercado cripto. Já no primeiro dia de negociação, os ETFs registraram um volume combinado de mais de US$ 4,5 bilhões, com destaque para o IBIT da BlackRock e o FBTC da Fidelity, que rapidamente se estabeleceram como os mais populares. A entrada dessas gestoras tradicionais de peso no mercado de Bitcoin não só trouxe legitimidade adicional ao ativo, como também abriu as portas para um novo tipo de investidor institucional que antes tinha restrições para exposição direta à criptomoeda.

Nos primeiros meses após o lançamento, os ETFs spot continuaram mostrando força, acumulando significativos influxos de capital e ultrapassando rapidamente os ETFs de futuros de Bitcoin em volume e ativos sob gestão. Este sucesso demonstrou que havia uma demanda reprimida substancial por exposição regulada ao Bitcoin, especialmente de investidores institucionais.

O ETF da BlackRock (IBIT) em particular quebrou recordes da indústria em seu ano de lançamento em 2024. Em apenas 11 meses, ele se tornou um gigante com mais de US$ 50 bilhões em ativos, quebrando todos os recordes anteriores e se tornando o ETF que atingiu US$ 50 bilhões mais rápido da história por uma ampla margem. Em termos simples, nenhum ETF teve uma estreia melhor. O tamanho do IBIT cresceu para o equivalente aos ativos sob gestão combinados de mais de 50 ETFs focados no mercado europeu, muitos dos quais existem há mais de duas décadas.
023ccce4-fab0-44c6-bf60-cc01acd75f28_1022x535.jpg Imagem 2. Tempo que foi necessário para que os ETFs de maior sucesso em captação alcançassem US$ 50 bi sob gestão. (Fonte: Eric Balchunas / https://x.com/EricBalchunas/status/1864654448858935524)
Como disse o analista da Bloomberg Intelligence, James Seyffart: "O crescimento do IBIT não tem precedentes. É o ETF mais rápido a atingir a maioria dos marcos, mais rápido que qualquer outro ETF em qualquer classe de ativos."

ETFs de ouro vs. ETFs de Bitcoin

Nesta seção, faremos uma breve comparação entre os ETFs de ouro, que já estão no mercado desde 2004, com os ETFs de Bitcoin americanos, lançados em janeiro de 2024.

A análise dos fluxos de capital nos ETFs de ouro e Bitcoin revela uma interessante mudança no comportamento dos investidores em relação destes ativos considerados reserva de valor. Em 2024, apenas doze meses após seu lançamento, os ETFs de Bitcoin já atraíram US$ 36,8 bilhões em fluxos líquidos, enquanto os ETFs de ouro, com 20 anos de existência, captaram apenas US$ 454 milhões no mesmo período - uma diferença superior a 80 vezes.

Este contraste é ainda mais significativo quando consideramos que os bancos centrais continuam comprando ouro físico em volumes recordes. O que parece estar acontecendo é uma divergência clara: enquanto instituições governamentais mantêm sua preferência pelo ouro físico, o que provavelmente reflita seu conservadorismo e ritmo lento para adotar mudanças, investidores institucionais e de varejo estão migrando rapidamente para o Bitcoin, seja através dos novos ETFs ou diretamente através da compra da criptomoeda.

Este movimento pode sinalizar uma transferência intergeracional na preferência por reserva de valor, onde o Bitcoin emerge como um "ouro digital" mais atraente para as novas gerações de investidores. A questão que surge é: quanto tempo levará até que essa preferência se estenda também ao Bitcoin em auto custódia em detrimento do ouro físico, inclusive entre instituições governamentais? Os dados dos ETFs parecem sugerir que essa transição já está em andamento no mercado financeiro tradicional.
e187684d-6e3b-430c-94c1-b5cac0bc7341_1536x1536.jpg Imagem 3. Fluxo de capital captado pelos ETFs de Bitcoin e de ouro em 2024. (Fonte: Andre Dragosch, Head de Pesquisa da Bitwise Europa / https://www.linkedin.com/posts/andredragosch_gm-who-would-have-thought-at-the-start-activity-7278656043503554560-dq9X/)

Em uma demonstração impressionante da velocidade com que o Bitcoin está conquistando o mercado financeiro tradicional, os ETFs da criptomoeda estão próximos de ultrapassar o total de ativos sob gestão dos ETFs de ouro, algo notável considerando a diferença de histórico entre os produtos.

Enquanto os ETFs de ouro existem há duas décadas, tendo sido lançados em 2004, os ETFs spot de Bitcoin têm aproximadamente 1 ano, tendo começado a operar em janeiro de 2024. Esta rápida equiparação de volumes evidencia não apenas a força do Bitcoin como ativo financeiro, mas também uma possível mudança geracional na preferência por reserva de valor, com investidores institucionais e de varejo aparentemente mais confortáveis com o conceito de "ouro digital" do que com o metal precioso tradicional.


![b39ce56e-e8a4-4a11-8045-0a8d7bf7e042_1100x580.jpg](https://storage.googleapis.com/bipa-strapi/b39ce56e_e8a4_4a11_8045_0a8d7bf7e042_1100x580_07f6d881a5/b39ce56e_e8a4_4a11_8045_0a8d7bf7e042_1100x580_07f6d881a5.jpg) Imagem 4. Comparação dos ativos sob gestão nos ETFs de ouro com os ativos sob gestão nos ETFs de Bitcoin (Fonte: Galaxy Research / https://www.galaxy.com/insights/research/crypto-predictions-2025/)
Apesar dos bancos centrais continuarem aumentando suas reservas em ouro físico, o que mantém os preços do metal em alta, os investidores tradicionais estão reduzindo sua exposição através de instrumentos financeiros como ETFs. Este comportamento pode indicar uma mudança nas preferências de alocação de capital, com investidores buscando ativos considerados digitais, incluindo o Bitcoin, visto que o mundo se torna cada vez mais digital.

A grande questão que emerge é: em quanto tempo veremos estes mesmos investidores institucionais preferirem a custódia direta de Bitcoin em vez de manterem ouro em seus cofres?

Conclusão

A recente onda de inovações financeiras em torno do Bitcoin não representa sua cooptação pelo sistema financeiro tradicional, o que vemos na realidade é exatamente o oposto: o sistema tradicional está sendo gradualmente "bitcoinizado".

Isso fica evidente nas diversas inovações financeiras recentes (e neste texto eu vou citar apenas os ETFs e não todo o resto, como dividas usando Bitcoin como garantia por exemplo), como:

ETFs de Bitcoin lançados no início de 2024 por gigantes como BlackRock e Fidelity.

ETFs que denominarão ativos tradicionais em BTC.

ETFs que investirão em empresas que adotaram o "padrão Bitcoin".

ETFs que compram títulos de dívida emitidos especificamente para comprar Bitcoin.

O Bitcoin está efetivamente alterando a forma como o mercado tradicional opera. Ele força o mercado a se adaptar à sua lógica e princípios. Vemos isso quando uma gestora tradicional como a ProShares cria um ETF que denomina o S&P 500, o ouro e o Nasdaq-100 em Bitcoin em vez de dólares, ou quando a Bitwise monta um índice apenas com empresas que detêm BTC em seus balanços. Ou ainda quando surgem títulos de dívida específicos para compra de Bitcoin.

Mais emblemático ainda é ver as maiores gestoras do mundo se adaptando ao Bitcoin. A BlackRock com seus $10 trilhões em ativos sob gestão. A Fidelity com seus 75 anos de história. Ambas agora compram e custodiam Bitcoin diretamente. Além do fato do ETF da BlackRock ter se tornado o lançamento de ETF mais bem sucedido da história com ampla margem.

O mercado tradicional está sendo forçado a reconhecer o Bitcoin como uma nova unidade de conta e reserva de valor. São as estruturas tradicionais que mudam para se adequar ao paradigma do Bitcoin, não o contrário.


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